2021 Recap
Final de ano é o momento de algumas reflexões e de aproveitar para repensar as possibilidades para o ano seguinte, com isso resolvi fechar o ano com esse post de recapitulação de tudo o que discutimos por aqui.
Mas antes, vamos começar lá do inicio…
O objetivo da newsletter
“(…) Esse é o foco dessa newsletter: fechar o gap entre o pensamento de produto contemporâneo e as práticas existentes em um contexto mais amplo de estratégia de negócio. Meu foco é começar ( e elevar ) a discussão atual sobre produtos digitais ou físicos em direção a conceitos e aplicações mais estratégicas do mesmo e voltados para um contexto de negócio, e menos focados no produto em si.”
O artigo Closing the gap foi o primeiro tentando sintetizar o objetivo da newsletter e os tópicos que seriam abordados nela, a idéia era preencher a distancia entre o pensamento de produto contemporâneo e praticas existentes em um contexto mais amplo de estratégia de negócio e gestão.
Foram 21 artigos em 2021, todos publicados às terças-feiras por volta das 08:15 da manhã. No geral, eu acredito que me mantive dentro do objetivo inicial da newsletter, mas posso ter focado demais em um lado ou outro.
Olhando os artigos escritos eu poderia categorizá-los em três conjuntos:
artigos focados em um contexto de estratégia para negócios e produtos, além de descoberta e entrega de produtos e serviços digitais
artigos focados em desafios de gestão, problemas dinâmicos e complexos, e pensamento sistêmico
artigos focados em uma análise de produtos e serviços existentes, o seu posicionamento e contexto estratégico
Artigos com foco no contexto estratégico para negócios e produtos, além de descoberta e entrega de produtos e serviços digitais
O primeiro artigo dessa categoria foi sobre a compatibilidade dos clientes que você busca atender com o seu posicionamento estratégico, e a relação desses dois fatores e os custos operacionais de uma empresa e o seu diferencial competitivo.
Em resumo: o posicionamento e o diferencial competitivo emerge a partir do encaixe entre as atividades e o posicionamento da empresa, o que obviamente é puxado pelo encaixe entre os seus produtos e serviços e os clientes que a sua empresa busca servir.
Depois disso analisamos o conceito de convergência no posicionamento estratégico de empresas em uma mesma industria, onde com o passar do tempo produtos e serviços de empresas distintas tendem a se encontrar em pontos comuns diminuindo o diferencial ( e a rentabilidade média ) da industria, como por exemplo aconteceu com o Instagram Stories e o Snapchat, ou ainda o Clubhouse ( sim, ele ainda era relevante na época ) e o Twitter Spaces.
Ainda embalado pelo contexto do Clubhouse e produtos que se utilizam da escassez artificial para gerar demanda, eu escrevi sobre essa e algumas táticas que podem catalizar a adoção de um produto ou serviço. Aspectos como member get member, viralidade, waiting lists e convites foram analisados dentro do contexto de lançamento de alguma novidade.
Em indústrias, domínios e novas formas de pensar o posicionamento estratégico descemos pelo arquivos de grandes teorias de estratégia de negócios para contemplar novas formas de observar o posicionamento estratégico de uma empresa: o conceito de cadeia de valor, as 5 forças de Porter e posições genéricas de competitividade estratégicas contrastadas com conceitos mais contemporâneos como a aggregation theory do Ben Thompson, o conceito de domínios do cliente ( e a conexão com jobs to be done ) e uma estratégia modular ou integrada de construir o seu posicionamento.
E por último, um dos artigos mais populares da newsletter, avaliamos a função da descoberta de produto e a sua relação com risco, variabilidade e redução de tamanho de lote permitindo a aceleração do aprendizado em um contexto de produtos ou serviços digitais.
Pensamento sistêmico, problemas dinâmicos e complexos, e desafios de gestão no mundo contemporâneo
O leitor da newsletter já deve ter percebido que eu adoro o tema de system thinking, system dynamics e complex adaptive systems, e eu frequentemente utilizo alguns artifícios para conduzir as nossas incursões em contextos voláteis, incertos, complexos e ambíguos.
Um dos primeiros artigos especificamente focados nesse tema foi uma análise do modelo de difusão de Frank Bass e como ele descreve a curva S de adoção de um produto ou serviço, e como ele pode ser usado para determinar estratégias para o crescimento de um produto ou serviço
Depois foi a vez de discutirmos o contexto mais amplo da competição por talentos no mercado de tecnologia e as suas consequências sistêmicas para as pessoas, as empresas e competitividade da industria no Brasil. Esse artigo foi inspirado em uma palestra que eu tive o prazer de ministrar na International System Dynamics Conference de 2021 e foi o resultado da análise e modelagem do grupo de System Dynamics da Concrete.
E por último, eu escrevi sobre uma visão sistêmica para o desenvolvimento de produtos digitais: a marcha da morte de projetos que estão fadados a terminarem atrasados, acima do orçamento e com baixa qualidade, e como isso normalmente é efeito de uma capability trap. Depois analisamos estratégias e táticas para conseguir sair dessa situação e por último analisamos o contexto mais amplo onde uma empresa está inserida: a forças do mercado, a expectativa dos acionistas e gestores da empresa, o compromisso com uma visão de longo prazo e os seus impactos na performance de uma empresa, e o dilema do modelo de principal-agency
Análise de produtos e serviços existentes, o seu posicionamento e contexto estratégico
O artigo sobre a Doordash e estratégias de entrada para um produto digital utilizou como contexto uma série de tweets do Michael Bloch ( diretor de strategy & operations e um dos primeiros funcionários da empresa ) sobre a sua estratégia de land and expand em áreas do subúrbio nos Estados Unidos.
O conceito de cabeça de praia como forma de entrada para um produto tem analogias interessantes com o contexto de operações militares, como por exemplo, na desembarque e a invasão da Normandia durante a 2a guerra mundial (o famoso Dia D).
Aproveitando a abertura de capital relativamente recente da Enjoei, eu escrevi uma série de artigos sobre o posicionamento estratégico da empresa, suas oportunidades e desafios, e competidores, focando no contexto dos produtos e serviços oferecidos pela empresa.
O último artigo da série é um artigo de particular importância pois descreve uma dinâmica muito relevante sobre o mercado de produtos falsificados, assimetria de informação entre agentes em um marketplace e o papel central de quem “governa” o marketplace para permitir um ecossistema vibrante.
Por último analisamos a introdução do PIX no mercado brasileiro e o seu sucesso indiscutível. Uma estratégia de lançamento e mobilização de um ecossistema que foi habilitada pelo banco central com impecável execução.
Os planos para 2022
O grande desafio de uma empreitada como essa é manter a constância na escrita dos artigos, o processo criativo é algo que deve ser exercitado continuamente afim de deixar os reflexos instintivos mais aguçados.
Para 2022 eu pretendo continuar com a newsletter, sempre as terças-feiras, me reservando o direito de “pular” algumas semanas, mas mantendo o mesmo objetivo: fechar o gap entre o pensamento de produtos e serviços contemporâneos e o contexto mais amplo de estratégia de negócios.
Espero que o conteúdo seja ( e permaneça ) relevante para vocês, e não deixem de mandar seus feedbacks, comentários, sugestões e sempre recomendar a newsletter para amigos ( se vocês gostarem do conteúdo ), e caso vocês não gostem do conteúdo, recomendem para os seus inimigos então =)
Um abraço, boas festas e feliz 2022!